Barbara Coimbra



Suzana

Quando o quarto se torna mais frio que a sala mais fria do que a noite fria, mesmo quando não se espera estar fria, porque afinal, é de ventilador, é quando me sinto sozinha. Que na sala, o frio arrepia os braços e os lábios e unhas vão arroxeando. Te procuro pelos uniformes e sainhas, te procuro pelos cabelos e sapatilhas. Eu te procuro parada, mesmo sabendo que você não está na sala. E as mesas não são laranjas e o quadro negro é tão negro, mas ao te tentar, eu grito: Suzana! E você não tem os cachos e nem o sorriso e nem a bondade de criança gordinha que me persegue pelo pátio do colégio. Mas eu sussuro: Suzana... Mas cadê? Não existe Suzana na Sala. Não existe Suzana no quarto. Neste mundo, não existe mais Suzana. E me estou novamente sozinha na frente do computador, e é nessa hora que a visão embaça enão consigo mais escrever.

2 Comments:

At 8:21 AM, Blogger caracteresdifusos

Profundo o teu espaço, muito bom. Parabéns. Abraço

 
At 7:39 AM, Anonymous Anônimo

Bã, Bã, Bã... Eu sou a Ba QUE RECLAMA: Blá, blá blá...
Sabe o que disse o homem iluminado?

Todo mundo tá feliz aqui na Terra.
Todo mundo tá feliz aqui na Terra.
Todo mundo tá feliz aqui na Terra.

Beijo do Felipe

 

Postar um comentário

<< Home