Barbara Coimbra



uma música bonita de um texto estranho

"Canta, ó Deusa da Sabedoria, a majestade do fogo!
Levantemos nossas taças e brindemos pela Hierarquia das Chamas...
Escancaremos nossas ânforas de ouro e bebamos o vinho da luz até embriagar-nos...
Ó Demóstenes! Quão rápidos foram teus pés em Queronéia...
Mesmer, Cagliostro, Agripa, Raimundo Lulle, a todos conheci, a todos vi, e os chamaram loucos.
De onde tirastes vossa Sabedoria? Por que a morte selou vossos lábios? Que se fizeram de vossos conhecimentos?
Beberei o vinho da sabedoria esta noite, no cálice de vossos augustos crânios e num gesto de rebeldia onipotente me rebelarei contra a antiga dificuldade.
Romperei todas as cadeias do mundo e me declararei imortal, mesmo que me declarem louco...
Empunharei a espada de Dâmocles e farei ruir o inoportuno hóspede...
Porém, não poderás contra mim, muda caveira, porque sou Eterno...
Cristo Ígneo, Cristo ardente, levanto meu cálice e brindo pelos Deuses, e Tu, batiza-me com fogo...
De onde surgiu esta enorme criação?
De onde surgiram estas imensas massas planetárias que, como monstros milenares, parecem sair das fauces do Abismo, para cair noutro mais terrível e espantoso que o primeiro?
Levanto meus olhos ao alto e sobre a cabeça ígnea do maior de todos os sacrificados leio esta palavra: INRI. IGNIS NATURA RENOVATUR INTEGRAM (O Fogo Renova Incessantemente toda a Natureza)."

Pô cara, Irado!