Barbara Coimbra



Eu gosto do tom da voz dela quando me diz, Babooshka.
Eu gosto especialmente de fechar os olhos e ouvi-la dentro de mim dizendo Babooshka-ya-ya, quando faço isso, lembro de sorvete e do sonhar.
Eu lembro do gosto do Babuska de chocolate e do meu avô me chamando assim.
Eu lembro de criaturinhas com orelhas parecidas com as do lacaio do Jaba, cantando e pulando e dançando perto da trave direita do Rancho Santa Mônica.
Há muito tempo, vi essas criaturinhas lá... dançando e pulando, elas brilhavam, eram bonitas. É, eu sei o serzinho que come o resto da comida do Jaba e maltrata o c3po é feio... mas as criaturinhas da trave do gol do Rancho eram bonitas, juro... tão bonitas quanto a kate bush, repetindo dentro de mim os chamados do meu avô...

E quando abro os olhos...
Gi não está mais aqui.




que quando não sai num instante especial, não sai para nunca mais.
os dias andam bonitos, beleza com cheiro e gosto e cor.
dá até vontade de deixar de lado as vírgulas,
se já não deixou num instante especial, não deixa para nunca mais.
sorria e ouça boas músicas.



suor, calor,
dia ótimo.
noite péssima.
mau humor,
se eu gostasse um pouco menos
se fosse um pouco menos importante
merda! merda, ainda é importante.
merda! merda, porque esses sonhos continuam?
merda, merda merda! porque niguém me escuta?
sou acima de tudo um indivíduo. não sou ele.



Poema

quem? quando vem bate e vai, fica e espera.
esperma.
boca, dente, ente. quente? quente!
sol e azul e verde e nuvem e amarelo e flor e cú.
quando vem,
vai e fica
e vai e bate
e vai e espera. esperma.
pode pensar que nao penso
no que está se expondo, eu e mais ninguém,
o artista é ponto.
é máquina que vai e volta e vai e bate e vai.
isso não é poema!
é palavra única com ritmo trocado
é palavra única que em si é só palavra
palavra uma. só uma.
única e acima de tudo uma palavra
Deus. Máquina. Olhos vidrados de vidro embolsado.
Mas eu ao contrário;
Penso e paro e penso o tenso do algusto de meu noivo.
estou noiva! noiva do sujo, sujo Gullar.
Vou me casar!
Eu e sua catarse.
Eu e o cheiro do seu sexo.
Eu e sua lágrima de fraco escondido do medo,
Vou me casar. Quem?



Um cara cruzou por mim, ele tinha a minha cara.
e gritei: Cara! Ele riu da minha cara.



(Fazendo amor.)

Eu quis cantar
Minha cancao iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e leoes nos quintais
Mas as pessoas da sala de jantar
Sao ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer
De puro aco luminoso punhal
Para matar o meu amor e matei
As 5 horas na Avenida Central
Mas as pessoas da sala de jantar
Sao ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raizes, procurar, procurar
Mas as pessoas da sala de jantar
Essas pessoas da sala de jantar
Sao pessoas da sala de jantar
Essas pessoas da sala de jantar
Sao ocupadas em nascer e morrer



Eu amo.
Voce: objeto de descarga do meu amor.

Durmo nos seus bracos como se fosse o primeiro. o ultimo. 'e o primeiro e o ultimo.



Fran

antes de ir embora ela me deu um abraço.



Pois eu,



eu só penso em você, já não sei mais porque em ti eu consigo encontrar um caminho, um motivo, um lugar pr'eu poder repousar meu amor...



Sei que estás em festa, pá
Fico contente, e enquanto estou ausente, guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente e colher pessoalmente uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar...
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente manda urgentemente algum cheirinho de alecrim...

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente e inda guardo, renitente, um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente esqueceram uma semente nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar, sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar...
Canta a primavera, pá!
Cá estou carente, manda novamente algum cheirinho de alecrim! (dançando)

Chico Buarque



um pouco de vergonha em dizer... am, bem... eu tenho um fot-fot-fotolog



R.

Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a Morte Chegar!
Porque, longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê, assenta-se a sombra sonora de um disco voador!


Não leia, lamba essa tela de luz. cheire e toque e sinta. Sinta a voz que entra pelo seu peito e não pelo seu ouvido, sinta a voz que vem dos seus poros e não da caixa de som, essa voz que é sua e minha e dele que não se sentou, voz que rosna e salpica e grita: Gita... Gita... Gita!

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou

Gita gita gita gita gita

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
Gita gita gita gita gita...

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio



Oh, céus. sonhos horríveis.
Horríveis mesmo, e pesadelos com o último filme do Harry Potter.
O Igor Karkaroff me perseguia, mas tinha mesmo era o rosto do tal do Crouch jr., olha, eu pulava bem, nem magia usava! Ah, claro, eu era o Harry Potter. Mas eu era eu, entende? Acho que entende. E deu medo.
E lembro de estar numa sala, e alguns professores estavam comigo, não lembro quais. Eu dizia para eles que estava com medo de duelar com Você-Sabe-Quem, e de fato estava, não lembrava das magias, só conseguia lembrar das Três Imperdoáveis e não saberia usá-las. Pedia para que me dissessem rápido qual as palavras, só pra eu lembrar, mas eles se recusavam, e tinham medo também. Alguns aurores estavam na sala lutando contra Você-Sabe-Quem, e eu no quarto.
Então me chamaram ao corredor. Era Voldemort. Eu tinha muito, muito, medo. Ele disse que me daria uma chance. Na verdade percebi que era um truque, mas não entendi porque ele precisaria de um truque. Ele falou para eu mandar a magia tal, que não me lembro agora mas era uma dessas fraquinhas, e que ele mandaria a mesma, ele me deixou encostar a varinha em seu peito e.. am, eu tinha medo dele usar Avada Kevada. Mas resolvi aceitar. Eu enfiei a varinha no coração dele, e tirei e enfiei de novo. Sei que isso estava no trato, lembro que não conseguia mandar a magia direito e que a luzinha vermelha saía da varinha beeeem devagar. Eu estava com medo, ele estava mandando para mim a tal magia, a mesma que eu mandei, percebi que ia me foder,

E acordei. sabe, eu acho que morri no sonho.