Ele gostava das coisas assim, ardendo o fogo, ardendo o fogo, consumindo, mas devagar, e ele, só olhando, olhinhos de criança, grandes e amendoados, olhinhos cabisbaixos de quem gosta mesmo é de olhar, mas assim, bem devagar..., e por horas o fogo consumiu em poucos segundos aquele papelzinho rasgado, que ele mesmo rasgou p’ra colocar na testa, mas o soluço não passava, ic, não passava, e até doía de tanto tempo que já soluçava, e fez o primeiro, ic, e tocou fogo no resto do papel, ainda com o pedacinho na testa, cheio de baba na testa, com os olhinhos cabisbaixos e amendoados de criança de olhos grandes que gosta das coisas assim, devagar, bem devagar, Que desde que essas matronas francesas chegaram à cidade as coisas mudaram, passa tudo mais rápido, tudo mesmo, até a chuva não tardou em estiar, e a companhia bananeira, as missas da igreja, e mesmo o trem cheio de mortos que sai todos dias as seis da tarde, agora, corre mais rápido pelos trilhos enferrujados, e o menino se lamenta com os olhinhos amendoados e grandes e cabisbaixos que vêem com atenção o fogo chupar o papel, em segundos, devagar, fibra por fibra, devagar.